Por Suely Buriasco
Historicamente a figura paterna sempre representou um apoio
imprescindível; desde tempos remotos nossa sociedade se desenvolve de
forma paternalista e a função do pai tem sido trabalhar e sustentar a
família e, ainda, tomar decisões importantes e impor as regras
familiares. Hoje muitas mulheres assumem essas responsabilidades e as
desempenham com valentia, criando seus filhos sozinhas.
A ciência
Independentemente da visão atual da sociedade, a representação da
figura paterna é essencial para o desenvolvimento moral, social,
emocional e psicológico da criança. Esse estudo reforça o muito que se
tem demonstrado sobre o papel da figura paterna no desenvolvimento da
criança. O que ficou constatado é que as partes do cérebro que são
ativadas quando a criança se sente rejeitada são as mesmas que se ativam
quando a criança se machuca, ou seja, as crianças sentem a dor da
rejeição paterna como se fosse uma dor física. A diferença é ainda mais
agravante: a dor psicológica pode ser revivida por anos, deixando marcas
profundas. Na vida adulta pode apresentar as seguintes consequências:
1. Insegurança
A figura paterna representa a autoridade, a lei, os limites que
disciplinam a criança. É a presença do pai que ajuda a criança a
separar-se da ligação primária com a mãe para explorar e descobrir novas
relações, tornando-se mais autônoma e independente.
2. Hostilidade
Crianças que se sentiram rejeitadas tendem a se tornar indivíduos
hostis, agressivos e com vários problemas de sociabilidade, pois tem
grande dificuldade em estabelecer ligações afetivas. Um pai presente,
amoroso e responsável provoca exatamente o efeito contrário na formação
da personalidade do filho.
A figura paterna
Importante lembrar que quando falamos em figura paterna não nos
restringimos ao pai biológico, na falta deste, a criança poderá
encontrar outras referências, como tios, avós e mesmo irmãos mais
velhos. A representação da figura paterna também serve, para os meninos,
como modelo e para as meninas como representante do universo masculino.
Segundo a matéria: “A ausência do pai nos filhos homens traz um
sentimento de medo em relação às mulheres. O menino sempre se relaciona
com uma mulher, a mãe, a professora, que tem no dia a dia poderes sobre
ele. (…)aprende a ver as mulheres como seres grandes, poderosos e
temíveis”. Já em relação às filhas: “(…) a ausência do pai traz como
consequência o amor a homens ausentes ou distantes, cujo afeto buscam
conservar a qualquer custo, até mesmo com a anulação de si”.
A paternidade
Os especialistas consideram que através da ligação afetiva dos pais,
os filhos se tornam adultos mais seguros e confiantes. As ligações
paternas que eram consideradas efetivas apenas depois dos quatro anos de
idade, está comprovado, atualmente, que se estabelecem desde os
primeiros contatos do pai com o bebê.
Assim, a importância da figura paterna que, durante muito tempo,
figurou em segundo lugar no desenvolvimento emocional da criança, assume
um lugar de excelência, lado a lado com a figura materna.
Uma boa notícia para os pais que desejam se aproximar mais de seus
filhos, porque já percebem as alegrias da paternidade e querem
participar efetivamente da vida deles.