Por Emilia Freire
E são milhares, todos os dias, o tempo todo. A cada instante que
decidimos por isto ou por aquilo, estamos usando uma chance. E tudo pode
dar certo, mas também pode não dar. Assim é, as chances são nossas,
desenrolar e resultado do uso de cada uma, já depende de um monte de
circunstâncias.
Não vale mais culpar as chances que a vida oferece só porque não
funcionaram como foram arquitetadas. Pegar uma chance é pegar as rédeas
de um cavalo que só terá direção, velocidade e destino, conforme o
comportamento de quem o guia.
Algumas chances são traiçoeiras, brincalhonas, inconsequentes. É
preciso ter atenção. Outras chances são brilhantes, únicas, justas na
intensidade e tamanho. Essas, podem ser agarradas com paixão.
Outras ainda, são mensageiras de outras que ainda virão, se o caminho
estiver livre, se forem bem-vindas, se forem desejadas. É necessário
delicadeza e respeito.
As chances estão por aí, para o lado que virarmos haverá sempre uma,
mas nenhuma responsabilidade por ser atribuída a uma chance. Elas
simplesmente estão. Tocá-las, se apoderar delas, rejeitá-las ou
ignorá-las, é escolha assumida e individual.
As que nos levam a caminhos perigosos, a terras e atos que deveriam
ser evitados, essas são as que merecem mais gentileza e consideração, já
que são as que acendem as luzes do bom senso e discernimento em nós.
Não há chance boa ou ruim, assim que não há acordo bom ou ruim.
Tratado é tratado, não é caro nem barato. Quem não gosta de pimenta, que
jamais peça um acarajé quente!
Assim são as chances, disponíveis e apetitosas, mas cada qual que
pegue a que mais lhe convém, use-a gentilmente, trate-a amigavelmente e
retribua honestamente.